ROSA VERMELHA
Rosa vermelha, inquieta. / Caráter agreste,
Surges vestida de festa, / Simplesmente
Linda. / Irresistível,
Dançando esta melodia, / Luz suave,
Lasciva. / A beleza te veste!
Meus olhos presos ao laço, / Espuma de teu rastro,
Fita de cetim carmim, / Volúpia do aroma
Deitada sobre tuas madeixas. / Em céu limpo,
Ouça minhas queixas. / Pequena amada,
Vem repousar no meu peito. / Preenche minhas aspirações...
Desvelar-te iria, / Viva chama,
Abelha rainha! / De tuas formas
De teu mel saciar-me-ia. / Bastar-me-ia!
No afã de possuí-la romperia / Das venturas passadas
As barreiras entre / O feitiço poderoso...
Ansiedade e deleite. / E o desvanecimento...
Roçaria este corpo perfeito, / E a emoção
Soltaria o nó deste enfeite. Impressionante, seria a posse
Fita que me atiça! / Remexendo os teus cabelos,
Rosa predileta, / Jóia em pétalas,
A mais bela de meu jardim, / Que sabe ser desejável,
Não me olhes assim... / ‘De as árvores estremecer’,
Não quero que notem / As sombras cintilando
Que danças para mim! / Inteiramente nua!
Tânia Mara / Miguel Eduardo
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